A construção de dias de visibilidade, vai além do nome “visibilidade”. A ideia de construir datas com esse perfil tem a pretensão de colocar luz e construir espaços onde as pessoas consigam colocar temáticas para serem debatidas. O dia 29 de janeiro, nasceu e se consolidou, aqui no Brasil, como o Dia Nacional de Visibilidade Trans em 2004, quando pessoas da comunidade de travestis e transexuais foram para Brasília para reivindicar seus direitos historicamente negados.
Segundo relatório produzido em 2021 pela ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transexuais), o Brasil é o país onde mais se assassina pessoas trans no mundo, assim como o projeto político que é construído para essa população está pautado pela política de morte, segregação e exclusão dos espaços públicos, um país onde empregos, para travestis e transexuais, se resume na subalternização e no convívio diário com a insegurança das ruas nas madrugadas. Esses fatores justificam a necessidade da construção de uma data que coloque em debate temáticas voltadas para essa comunidade.
Conquistas
Nem tudo são flores, mas nem tudo está perdido, precisamos lembrar de Dandara, que foi brutalmente assassinada num ato de transfobia, mas também precisamos lembrar que estamos vivendo um momento histórico para a comunidade T, pautado pela entrada de travestis e transexuais na arena pública, assumindo mandatos no legislativo e conseguindo dar o tom do debate para pautar as questões da comunidade.
Conseguimos compreender que o PT teve um papel fundamental na construção de visibilidade e na institucionalização de direitos para as pessoas trans, pensando e consolidando políticas como o Transcidadania, na gestão de Fernando Haddad na prefeitura da cidade de São Paulo, mas também pelo apoio que as lideranças do Partido do Trabalhadores sempre deram para a comunidade trans. Como dissemos aqui, estamos vivendo um momento histórico e nesse novo momento nós vamos contar a nossa própria história, afinal, como diz o provérbio africano, “Até que os leões tenham seus próprios historiadores, a história da caça sempre glorificará o caçador”, e os leões e leoas, não só viraram historiadores, com os programas dos governos de Lula e Dilma, mas também viraram Vereadores, Deputades e hoje conseguimos assumir espaços historicamente negados para nossa comunidade.
Queremos mais
Sabemos que temos muito mais para avançar até que todes sejamos livres, e é para isso que existem os dias de visibilidade, para debater e sensibilizar a sociedade, em uma data específica, mas sem esquecer que somos trans em todos os momentos de nossas vidas e precisamos de espaços para colocar nossas questões. Convidamos aqui, toda a comunidade Petista, a refletir e nos ajudar nessa luta que é árdua, mas certamente quando feita por várias pessoas, se torna menos pesada.
Esse 29 e janeiro de 2022, deve ser lembrado pelos mandatos de travestis e transexuais que o PT conseguiu no último período e que estão se colocam como uma marca de resistência e luta, e principalmente de profundos avanços na política brasileira, em meio ao caos promovido pelo (des)governo de Jair Bolsonaro.
Viva o PT, Viva as pessoas Trans e Travestis e sigamos para a construção de uma política mais justa e representativa!
Filipa Brunelli é estudante de sociologia e primeira vereadora trans da cidade de Araraquara
Isabelly Carvalho é a primeira vereadora trans da cidade de Limeira e única vereadora Petista da cidade
Marcelo Morais é estudante de Administração Pública na FGV EAESP e Secretário Estadual LGBT do PT SP
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