Segundo o último censo do IBGE, as mulheres representam 51,5% da população brasileira, porém sua inclusão no cenário político brasileiro ainda é um desafio. Mesmo seu trabalho sendo um dos pilares da sociedade, o espaço em cargos de liderança ainda é pequeno. Neste contexto, o Partido dos Trabalhadores é pioneiro para mudar essa realidade, tendo sido o primeiro partido da América Latina a adotar cotas de gênero e paridade entre homens e mulheres em seus cargos de direção interna.
Hoje com mais de 1,6 milhão de filiados, o PT é o segundo partido com mais mulheres na sigla, os dados são de outubro do ano passado levantados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O crescente número de mulheres no partido reflete a preocupação petista que existe desde sua fundação em ter a presença feminina em todos os seus processos, das decisões internas do partido até as candidaturas.
Graças a esse compromisso com as mulheres, Luiza Erundina foi eleita pelo PT como a primeira prefeita mulher da cidade de São Paulo, em 1988. Outra figura feminina emblemática é Marta Suplicy, também petista eleita para a prefeitura da capital paulista, em 2004. Seu mandato é lembrado até hoje por suas políticas de cuidados que beneficiaram principalmente mães de bairros periféricos, como os CÉU’s e o programa Vai e Volta de transporte escolar.
A primeira presidenta do Brasil também veio do Partido dos Trabalhadores. Dilma Rousseff foi eleita em 2010 cumprindo seu mandato até o ano de 2016. Durante os quase 6 anos de seu governo foi a que mais nomeou mulheres ministras em diferentes momentos, sendo 18 figuras femininas no total. A presença de mulheres no mercado de trabalho formal aumentou 800% em sua gestão, saltando de 21 mil em 2009 para 2,1 milhões em 2014. Quase meio milhão (495 mil) delas foram beneficiárias do Bolsa Família, as informações foram apontadas pelo relatório ONU Mulheres Brasil de 2015.

As mulheres petistas persistiram ao golpe de 2016 e aos quatro anos de governo Bolsonaro, buscando implementar suas políticas em meio a governos que não priorizavam a presença feminina nos cargos de liderança e nas tomadas de decisões. Em 2017 uma mulher tomou a frente do partido, enquanto o País caminhava em meio a uma política conservadora. Gleisi Hoffman foi eleita presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores, e reeleita em 2020, além de reeleita deputada federal pelo PT-PR em 2022. Em sua trajetória política, destacam-se projetos voltados para a proteção de mulheres vítimas de violência doméstica, trabalhos nas fronteiras brasileiras contra a prostituição infantil e a criação do Programa Saúde na Fronteira.
A presença feminina por si não basta, é preciso que existam ferramentas para que essas lideranças possam efetivamente trabalhar. Já na década de 80, as mulheres do partido propuseram a criação de secretarias de mulheres nos governos municipais e estaduais que o PT assumisse, a medida foi implantada ainda em 88. Pouco tempo depois, durante o primeiro congresso do partido, em 1991, as mulheres petistas pautaram a importância de cotas para aumentar sua participação nos cargos da sigla, com isso, naquele mesmo evento, a reserva de 30% dos cargos de liderança para as mulheres do partido foi estabelecida. Em 2003, durante seu primeiro mandato, o presidente Lula determinou a criação do Ministério das Mulheres, com o intuito de garantir que as políticas públicas para mulheres fossem priorizadas.

Hoje a Secretaria Nacional de Mulheres do PT tem desempenhado um papel de aumento da participação política e impulsionamento das candidaturas de mulheres por meio do programa Elas por Elas, existente desde 2018.
No primeiro ano de programa, o partido elegeu a maior bancada feminina da Câmara Federal, com 10 deputadas. Já em 2022, 19 deputadas foram eleitas para compor a nova bancada. No início deste ano as parlamentares apresentaram um balanço do ano de seus trabalhos na Câmara, tendo 52 projetos de lei aprovados e 43 sancionados, dentre eles estão a Lei de Igualdade Salarial, que equipara valores recebidos por homens e mulheres no mercado de trabalho, e o Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual, que garante a distribuição de absorventes gratuitamente nas Farmácias Populares.
A Secretaria Nacional de Mulheres do Partido dos Trabalhadores tem como um dos objetivos para este ano a maior participação de mulheres nas eleições municipais. Com a 4ª edição do projeto Elas por Elas, as mulheres passam por uma formação a fim de capacitá-las a desempenharem diferentes funções políticas, desde a militância até cargos parlamentares.
No mês das mulheres, a Secretaria de Mulheres do PT Paulista traz a campanha “Companheiras na política – Coragem, cuidado e construção”, reafirmando seu papel como o Partido dos Trabalhadores e Trabalhadoras, que já conquistou e avançou muito com as mulheres e pretende conquistar ainda mais.
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