O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) tem sido uma das principais organizações de suporte à população atingida pela Pandemia de Covid-19. Além da crise de Saúde Pública, soma-se ao cenário a crise econômica proporcionada pela política econômica de Jair Bolsonaro e Paulo Guedes. Com a doação de alimento e a organização de ocupações, o MST garante a alimentação de milhares de famílias.
Para o Tribunal de Justiça de São Paulo, esse trabalho é irrelevante, pois no dia 23 de novembro reafirmou uma determinação da justiça de Valinhos de ordem de despejo para a ocupação, que abriga aproximadamente 1000 pessoas desde 2018.
No dia 1º de dezembro, uma comitiva composta por 10 mulheres da Região Metropolitana de São Paulo e liderada por Bete Silvério leva solidariedade às companheiras e companheiros acampados em Valinhos
450 famílias
De acordo com Bete Silvério, é muito importante a sociedade demonstrar solidariedade às 450 famílias acampadas. “São 1000 pessoas, sendo 150 crianças, em uma fazenda que estava improdutiva. Esse local que deveria ser destinado à reforma agraria”. Ela ainda completa: “o nível de organização e a estrutura ali montadas não podem ser desprezadas. É tudo muito organizado, sendo divididos por setores: segurança, infraestrutura, almoxarifado, secretaria, cozinha, educação, saúde, esporte lazer e cultura”.

A Ocupação conta com uma horta em formato de mandala, e circular, assim como o plantio é variado em produtos. A colheita alimenta todos os acampados e os excedentes são vendidos em cestas pelas famílias e feiras das cidades de Campinas e Valinhos.
A cozinha do acampamento funciona dia e noite, em que as próprias acampadas que fazem a comida. Ali também é o local de recebimento de doações. Devido ao grande número de crianças e idosos, o acampamento tem sofrido com a falta de leite, pois as doações não estão dando conta.

Crianças na escola
Todas as crianças estão matriculadas em escolas próximas ao acampamento, se deslocando de ônibus até o local de estudo. Durante a pandemia, eles tiveram o reforço dentro do próprio acampamento, que contribuiu para que o rendimento escolar não caísse. A Ocupação Marielle Vive ainda tem educação de jovens e adultos através do EJA.
A batalha jurídica ainda continua, mas por enquanto, uma decisão de Luís Roberto Barroso no dia 01 de dezembro garantiu a permanência das 450 famílias por enquanto. Os advogados do movimento MST estão estudando o teor da decisão que os desembargadores tiveram e ver a melhor forma de se organizarem, afinal as famílias não têm para onde ir.

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