Nota do Setorial Estadual de Direitos Humanos do PT Paulista
São Paulo 31 de julho – No último fim de semana de 29 e 30 de julho de 2023, na cidade do Guarujá, a Polícia Militar de São Paulo, dias após o início do julgamento do Massacre do Caso de Paraisópolis, sob a escusa de prender o assassino do PM Rota, soldado Patrick Reis, morto no dia 27 de julho, deflagrou desastrosa e violenta operação nas comunidades do Guarujá e deixou um rastro de sangue e violência sem fim. São 10 mortes até o momento e dezenas de denúncias de torturas sofridas pelos moradores, indicando que os agentes policiais agiram com objetivo de vingança pela morte do colega.
A funesta narrativa antiga é copiada pelo atual Secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, de que “os assassinados pela PM revidaram ao confronto”, e a alegação de que “as vítimas de violência e torturas são estimuladas pelos traficantes para desmerecer a atuação exitosa da Polícia Militar”, evidencia a não transparência das investigações e justifica a operação sem nenhuma inteligência policial.
A degradação da operação policial não precisa de narrativas contrárias, pois com o resultado de 10 mortes, interpreta-se explicitamente o grau de violência e o grau de truculência que ocorreu na Comunidade, sem obedecer qualquer protocolo de intervenção policial e a legislação vigente.
A sociedade paulista e brasileira merece esclarecimentos e que haja uma exemplar investigação sobre o porquê da morte do PM Patrick Reis e também quem, como e por que a PM matou 10 pessoas.
É necessário que sejam apuradas as denúncias de torturas e violências praticadas por policiais na comunidade.
Tarcísio de Freitas, ao contrário, antes das investigações serem concluídas, o Governo do Estado veio a público justificar o revide da PM na Comunidade do Guarujá, justificando os assassinatos e torturas.
O Setorial de Direitos Humanos repudia a forma violenta e vingativa como a PM agiu no Guarujá, bem como repudia as declarações precipitadas do Governador, e nos colocamos solidários aos órgãos de defesa dos direitos humanos e comunidades atingidas pela violência policial.
Pugnamos por uma apuração imparcial e transparente.
São Paulo, 31 de julho de 2023.
Setorial Estadual de Direitos Humanos
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