O governo tucano e neoliberal de João Doria resolveu abrir guerra contra a categoria dos trabalhadores metroviários e quer revogar o Acordo Coletivo celebrado entre metroviários e a empresa Metrô/SP, com o objetivo de reduzir os direitos conquistados e não conceder qualquer reajuste salarial. Como não há acordo, Doria resolveu retaliar os trabalhadores ameaçando cancelar a cessão de uso do terreno que fica na Avenida Radial Leste e que foi cedido em comodato há 35 anos e onde foi construindo a sede do sindicato. O Metrô encaminhou uma carta ao Sindicato no último dia 26 de abril informando do fim do contrato de comodato e abriu uma licitação para vender o terreno que é objeto de interesse de empresas do mercado imobiliário e que está marcada para o dia 28 de maio.
Hoje de manhã participei de uma reunião com os metroviários e outras lideranças do movimento sindical e popular para discutir estratégia de residência, luta e negociação para que essa ameaça não se concretize.
“É uma prática anti sindical e um ataque não só aos metroviários, mas a todos os movimentos sociais, de atacar nosso instrumento de organização dos trabalhadores”, declarou Wanderlei Amaral, diretor do sindicato. Segundo o diretor Altino, a direção do Metrô, sob a batuta de João Doria, quer embolar os debates sobre o Acordo Salarial e criar um constrangimento ao sindicato. “Estão ameaçando demolir a nossa sede construída com recursos dos trabalhadores e estamos pedindo a solidariedade de todos os movimentos para se somarem conosco nesta luta”.
Eu declarei a solidariedade do Partido dos Trabalhadores aos metroviários e afirmei que “João Doria usa a estrutura do governo para massacrar os trabalhadores de um lado e de outro para facilitar negócios privados. Há 1 mês, no período mais letal da pandemia, Doria autorizou pagamento de R$ 1 bilhão para a concessionária CCR que administra a linha 4-Amarela como forma de indenizações que usou os recursos para adquirir as concessões das linhas 8 e 9 da CPTM. É um escândalo e é inaceitável mais esse gesto autoritário deste governo!”
João Doria, que se elegeu-se carona da eleição de Bolsonaro só se diferencia do presidente, que ajudou a eleger, na questão das vacinas. De resto, busca aplicar as políticas neoliberais de vender ou passar os bens e serviços públicos para o setor privado e reprime os movimentos sociais que buscam defender os direitos dos trabalhadores e setores populares.
O deputado estadual Paulo Fiorilo, do PT, membro da Comissão de Finanças da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, presente na reunião, declarou que cobrará a direção do Metrô e levará esse assunto ao parlamento e atuará na tentativa de negociação para a suspensão desse descalabro. As várias organizações que participaram da atividade de solidariedade aos metroviários, colocaram-se à disposição para auxiliar nas medidas jurídicas e políticas visando derrotar mais esse ataque aos movimentos sindicais. Vamos acompanhar, junto com os metroviários e seus aliados, mais essa luta!
Simão Pedro é o Secretário de Movimentos Sociais e Relações Setoriais do PT/SP
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