O Projeto de Lei Complementar (PLC) nº 26/2021, da chamada reforma Administrativa do governo de João Doria, foi aprovado às 23h da terça-feira (19), retira a correção automática do adicional de insalubridade dos profissionais da saúde. O adicional corresponde, em muitos casos, até a metade do salário das trabalhadoras e trabalhadores.
A bancada do PT na ALESP votou contra, mas os governistas aprovaram o PLC/26 por 50 votos a favor e 29 contrários, que, entre outras categorias profissionais, atinge diretamente os profissionais de saúde do estado que estão na linha de frente do combate à pandemia do novo coronavírus desde o ano passado, arriscando as próprias vidas.
O PT tentou impedir
Apesar das tentativas de obstrução e os apelos da deputada estadual e líder da bancada do PT Professora Bebel e do deputado Jorge do Carmo (PT), que argumentaram a ilegalidade da votação ao entrar na pauta sem que tivesse passado pelas comissões e nem ao menos pelo congresso de comissões, sem nenhum tipo de relatoria, o presidente da Alesp colocou para votação.
Após a aprovação do PLC, as emendas que poderiam ao menos minimizar os danos do projeto do governo entraram na pauta, mas a base do governo rejeitou os textos.
Veja os principais pontos da reforma
A pouco mais de uma semana do Dia dos Servidores Públicos, João Doria e sua base de apoio, em um processo totalmente truculento, demonstram desprezo pelos servidores estaduais e o trabalho realizado. Conheça os principais pontos da reforma:
- Cria a bonificação por resultados, que já vem sendo usado em algumas secretarias. Prevê que servidores de órgãos públicos e autarquias que avancem na carreira entre um ano e outro.
- Altera a Lei nº 1.093, de 16 de julho de 2009, que trata da contratação de temporários no estado de São Paulo, incluindo professores. A nova regra permite contratar servidores por motivos de calamidade pública, greve que “perdure por prazo não razoável” ou que seja considerada ilegal pela Justiça.
- Acaba com as faltas abonadas. Atualmente, os servidores podem ter até seis faltas abonadas por ano, sem a necessidade de apresentar documento legal justificando a ausência.
- Acaba com o reajuste do adicional de insalubridade com base no Índice de Preços ao Consumidor IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). A estimativa é de redução de 40% nos ganhos, chegando a 50% no caso dos funcionários da saúde.
- Cria a Controladoria-Geral do Estado (CGE), que vai reunir em um só órgão as funções de auditoria, ouvidoria, corregedoria e controladoria.
Com informações do Portal da CUT-SP
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