O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) assinou contrato, há menos de duas semanas, com a Via Appia Fip Infraestrutura (consórcio gerido pela empresa financeira Starboard) para finalmente concluir as obras do trecho Norte do Rodoanel, intervenção viária que vai interligar todas as rodovias que passam pela cidade de São Paulo.
A referida empreitada teve início em 2013, já consumiu mais de R$ 6,3 bilhões até hoje e está paralisada desde 2018. Agora, a nova previsão de conclusão é para daqui a três anos, 2026.
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Em 9 de agosto, o governo paulista assinou com a Via Appia Fip um contrato de concessão por 31 anos, que inclui a finalização do trecho Norte. O leilão foi marcado pelas primeiras marteladas agressivas no comando do Estado desferidas pelo governador que gosta de desferir golpes primitivos de martelo após negociar propriedades e recursos públicos, sua marca desde quando era ministro da Infraestrutura de Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com as autoridades, os investimentos necessários para conclusão da obra atingem R$ 3,4 bilhões. Do total, a Via Appia ficará responsável por investir R$ 2,324 bilhões para a implementação de projetos auxiliares. O governo de São Paulo deverá aportar R$ 1,07 bilhão.
O investimento privado, com base no plano de negócio inserido em contrato, deverá voltar ao consórcio em forma de lucro garantido pelos usuários. Se, por acaso, a operação não se mostrar rentável a este ponto – assim também prevê o contrato assinado por Tarcísio – o Estado de São Paulo vai aportar mais dinheiro até que a conta feche sem que o parceiro privado do governo tenha qualquer tipo de prejuízo.
Quando foi lançada, em 2013, a obra tinha orçamento original de cerca de R$ 9 bilhões (em valores corrigidos) e término previsto para 2016. Os trabalhos já consumiram cerca de R$ 10 bilhões, fora os R$ 3,4 bilhões já previstos pelo governo Tarcísio de acréscimo.
Em 2020, o então governador João Doria (PSDB) lançou edital que previa um gasto extra de R$ 1,5 bilhão para a conclusão dos trabalhos até o presente ano, 2023. O dinheiro foi gasto e prazo final já chegou. Mas não está pronto nem pago. Então, o atual governo empurrou mais três anos pra frente e engordou em mais de R$ 3 bilhões o orçamento da obra.
E, até agora, a obra ainda não foi retomada. O Estado de São Paulo concedeu até o dia 10 do próximo mês para o consórcio vencedor inicie suas atividades.
O deputado estadual Paulo Fiorilo, líder da federação PT/PCdoB/PV na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), assim resume a situação:
“Depois das marteladas agressivas do governador para satisfazer sua base ideológica, o que se viu no trecho norte do Rodoanel foi a mesma paralisia que marca essa gestão. Tarcísio é muito conversa e pouca ação”.
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