- Evolução recente dos dados do estado
No dia 26 de julho, o estado de São Paulo registrou 483.982 casos de coronavírus e 21.606 óbitos, desde o início da pandemia. Pela primeira vez os casos do interior junto aos do litoral passaram a significar a maior concentração de casos de coronavírus no estado, representando 38% do total. A cidade de São Paulo registrou no dia de ontem um total de 179.777 casos confirmados, dos quais 9.222 fatais, equivalentes, respectivamente, a 36% e 43% do total do estado, desde o início da pandemia. Em seguida da capital, a macrorregião1 de Campinas segue com a maior taxa de crescimento e concentração de casos, já com 51.661 casos no domingo, representando mais de 10% dos casos do estado. Com relação ao número de óbitos a macrorregião de Osasco permanece como a com maior número, em seguida da Capital, com quase duas mil vítimas fatais de coronavírus, equivalente à 9,2% do total do estado. A região de Guarulhos persiste com a pior taxa de letalidade, superior à 8,25%.
Figura 1: Distribuição dos casos no estado em 26/07/2020.
Fonte: Seade, elaboração própria
Na última semana, foram registrados 68.933 novos casos e 1.874 novos óbitos. Nessa semana, embora o número de óbitos tenha se mantido estável em relação ao crescimento da semana passada (1.874 ante 1.884), o número de novos casos cresceu 60%, em comparação com a semana anterior (68.933 ante 43.052). Mais uma vez, em seguida da Capital, que registrou um aumento de 13.704 novos casos confirmados, a macrorregião de Campinas registrou o segundo maior número de novos casos confirmados, equivalente à 10.960. Em seguida, o maior crescimento em número de casos foi o do ABCD, com 5.938 novas confirmações de casos de coronavírus. Com relação aos novos óbitos, em seguida da Capital que registrou novas 444 vítimas fatais da doença na semana, as macros de Campinas e Guarulhos registraram, respectivamente, 281 e 154 novos óbitos ao longo dos últimos 7 dias.
Figura 2: Novos casos confirmados por macrorregião em 26/07/2020
Fonte: Seade, elaboração própria
Figura 3: Novos óbitos por coronavírus por macrorregião em 26/07/2020
Fonte: Seade, elaboração própria
Dos 23 Departamentos Regionais de Saúde do Estado de São Paulo, 5 apresentaram aumento no número de internações na última semana, sendo o maior aumento registrado no departamento regional de saúde de Franca, sendo um aumento equivalente à 23% de internações na última semana por casos de covid-19.
- Reabertura
Com relação à reabertura, segundo dados do último balanço disponibilizado pelo Governo do Estado de São Paulo, em 24/07, a região de Araraquara, que estava na fase laranja, passou para a fase amarela (mais branda). As regiões de Campinas e Araçatuba, que estavam na fase mais restrita (vermelha), passaram para a fase intermediária (laranja). As regiões de Franca, Ribeirão Preto e Piracicaba permanecem na fase vermelha.
Apesar da curva ainda crescente, o governo do estado anunciou hoje flexibilização da reabertura para acelerar a passagem para fases mais brandas. A principal alteração foi o índice de ocupação hospitalar, que passa a ser:
Vermelha: acima de 80% de ocupação
Laranja: entre 80% e 75%
Amarela: entre 80% e 75% ou 70% (a ser definido)
Verde: abaixo de 75% ou 70% (a ser definido) 2
Antes, para a progressão para a fase verde era necessário que houvesse, no máximo 60% de ocupação hospitalar. Além disso, nem todos os critérios atualizados foram divulgados, dificultando a gestão da crise por parte dos municípios e gestores públicos.
Figura 4: Panorama da reabertura do estado (em 24/07)
Fonte: Governo do Estado de São Paulo
- Destaques da semana
Repique na Europa: Após a flexibilização da quarentena durante as férias de verão, países como Áustria, Espanha e França voltaram a registrar um aumento no número de casos por 100 mil habitantes, ainda que em baixo nível. Os governos desses países – e de ao menos 7 outros com mais ou menos casos registrados – emitiram alertas ou apertaram medidas, como o retorno da obrigatoriedade do uso da máscara. De acordo com o diretor executivo da OMS Michael Ryan não se trata de uma segunda onda, e sim um fenômeno esperado com o retorno da mobilidade.
Lotação de UTIs: Ribeirão Preto tem a pior taxa de lotação de UTIs, a cima de 90. Em seguida, encontram-se Franca e Piracicaba, com taxas superiores à 80%. Regiões próximas, Araraquara e Campinas, respectivamente, avançaram para fases mais brandas na última atualização do plano de reabertura.
Denúncia contra Bolsonaro: Profissionais de saúde pertencentes a mais de 60 entidades entraram com um pedido no Tribunal Penal Internacional de Haia contra Bolsonaro acusando-o de genocídio e crime contra a humanidade. A acusação alega que Bolsonaro tinha as orientações e os instrumentos necessários para conter danos da pandemia e que, de forma deliberada, contribuiu para sua proliferação e para o aumento do número de mortos. O documento conta com 64 páginas, traça uma história da pandemia no Brasil desde seu início e representa mais de um milhão de trabalhadores do setor da saúde. Essa é a quarta denúncia que é feita contra Bolsonaro no Tribunal, que ainda não acatou nenhuma delas.
1) As macrorregiões referidas no texto são as divisões regionais politicas do Partido, que não são exatamente coincidentes com as divisões das regiões administrativas do Estado.
2) Fonte: https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2020/07/27/coronavirus-doria-confirma-novas-regras-de-plano-de-retomada-em-sao-paulo.htm
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