O Google, uma das maiores empresas de tecnologia do mundo, tem investido pesado em campanhas publicitárias contra o PL 2630, também conhecido como o “PL das Fake News”. Desde abril, a empresa gastou mais de R$ 670 mil em anúncios, sendo mais de R$ 470 mil só entre 30 de abril e 6 de maio, nas redes sociais Facebook e Instagram.
Essa estratégia publicitária do Google funciona por meio do pagamento para a Meta, a proprietária das redes sociais, impulsionar postagens como propaganda, o que aumenta o alcance e a frequência de aparecimento no feed de notícias dos usuários.
Um único anúncio, veiculado entre os dias 1 e 3 de maio, custou entre R$ 200 mil e R$ 250 mil e foi visualizado mais de um milhão de vezes pelos usuários brasileiros do Facebook e Instagram. O anúncio de 15 segundos afirmava que “o PL 2630 pode aumentar a confusão sobre o que é verdade ou mentira no Brasil”.
Essa campanha publicitária do Google foi direcionada a empresários, marqueteiros, advogados e políticos. A empresa usou o direcionamento detalhado do Facebook, que permite às empresas escolher quais públicos incluir ou excluir de suas postagens. Além disso, o Google segmentou sua campanha para pessoas com interesses em meios de comunicação, revistas, jornalismo de cidade, negócios e economia financeira.
Esses dados levantam questões importantes sobre a influência que empresas como o Google têm na política brasileira e sobre o papel das redes sociais na disseminação de informações e desinformação.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já se manifestou publicamente contra as campanhas publicitárias do Google, bem como de outras empresas, que se posicionaram contra o PL das Fake News. Lula chamou essas empresas de “assumir o lado do crime sem punição e da disseminação do ódio”.
Vale lembrar que o objetivo do PL 2630 é combater a disseminação de notícias falsas e a manipulação de informações durante o processo eleitoral. Portanto, é necessário avaliar se a campanha publicitária do Google pode ter como objetivo manter a desinformação ou proteger seus próprios interesses.
O Google tem o direito de expressar sua opinião política, mas é importante que se faça uma reflexão sobre o impacto que essa campanha publicitária pode ter na democracia brasileira.
Em tempos de polarização política, é essencial que as empresas usem sua influência de maneira responsável e transparente, sempre em defesa da liberdade de expressão e da verdade.
Por Alexandre Macedo
Secretário de Comunicação do PT Paulista