Na noite da última quinta-feira (24), em São Paulo, manifestantes de movimentos sociais e em defesa do fim da violência policial gritaram em uníssino, na avenida Paulista: “Parem de nos matar!”‘ O ato foi convocado em reação a casos recentes de violência perpetradas por policiais civis em militares em todo o país e também a violência e crimes contra líderes do movimento negro, como o assassinato da líder quilombola Maria Bernadete Pacífico, na Bahia. O protesto foi conduzido por líderes religiosos de matriz africana. Com cânticos em iorubá e sob salva de palmas, o protesto foi marcado por fortes discursos contra a violência
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Já em São Paulo, o mais recente exemplo dos excessos policiais é a reação da Polícia Militar ao assassinato do policial da ROTA Patrick Reis, seguido pela morte de mais de 20 pessoas em comunidades no Guarujá (litoral do estado) durante “confrontos com a polícia”.
A Defensoria Pública de São Paulo pediu ao governo estadual o fim imediato da ação policial no Guarujá, que já matou 16 pessoas, e que já é considerada a segunda mais letal da PM paulista (depois do Carandiru).
As defensoras públicas Fernanda Balera, Surrailly Youssef e Cecilia Nascimento, coordenadoras do Núcleo Especializado de Cidadania e Direitos Humanos (NCDH), assinaram ofício onde recomendam que a Secretaria da Segurança Pública (SSP) tome as providências necessárias para Interrompa a operação imediatamente.
Os defensores destacam no ofício que a operação é considerada a segunda mais letal da história da PM paulista, perdendo apenas para o massacre do Carandiru, que deixou 111 mortos. Além disso, elas também pediram o uso de câmeras corporais nos uniformes de todos os policiais militares e civis envolvidos na operação, para que seja feito o registro das abordagens.
A Bancada do PT e da Federação PT/PCdoB/PV na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), através do seu líder, deputado Paulo Fiorilo (PT) acionou o Ministério Público de São Paulo para que o órgão apurasse as ações e as circunstâncias de toda a operação.
“A escalada de violência resultante da operação policial para prender os envolvidos no crime não pode ser naturalizada como pretende o governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Ameaça, intimidação e mais mortes não podem caracterizar instituições e poder público no combate ao crime “, diz um trecho do documento enviado ao Ministério Público de SP.
O deputado estadual pelo PT paulista, Eduardo Suplicy, também acompanha o caso de perto e pediu ao governo paulista detalhes da operação, além de ter feito uma visita a um dos locais onde ocorreu uma operação policial, recorrente de parlamentares e representantes de movimentos de direitos autorais humanos, para ouvir relatos de moradores.
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