O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta quarta-feira (16) da Marcha das Margaridas, evento que é realizado de quatro em quatro anos e leva para a capital federal as pautas políticas das mulheres do campo, da floresta, das águas e das cidades. A última edição foi em 2019. Dessa vez, o lema foi “Pela Reconstrução do Brasil e pelo Bem Viver”.
Lula discursou para as participantes da Marcha, lembrando os motivos que o levaram a concorrer (e vencer) novamente à Presidência da República, e assinou oito medidas que seu governo está colocando em prática que têm ligação com as pautas das mulheres que realizam que constrõem o evento.
Diante de dezenas de milhares de pessoas na Esplanada dos Ministérios, Lula disse: “A única razão pela qual eu voltei a ser presidente da República desse país, tirando aquele fascista e genocida do poder, foi para provar a esse país e ao mundo que esse país tem condição de tratar o seu povo com respeito. Esse país pode cuidar da saúde das crianças, do trabalhador e das mulheres”.
O presidente afirmou ainda que “os poderosos, os fascistas e golpistas podem matar uma, duas ou três margaridas, mas jamais evitarão a chegada da primavera. A vinda de vocês aqui hoje demonstra que só pensa em dar golpe quem não conhece a capacidade de homens e mulheres desse país”.
Esta foi a sétima edição da Marcha das Margaridas, movimento que começou em 2000 e é batizado em homenagem à Margarida Maria Alves, ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande-PB. Ela foi assassinada em 1983 em represália à sua luta pela reforma agrária e contra os benefícios recebidos e desmandos praticados por latifundiários da região.
8 medidas do governo que estão na pauta das mulheres
Em resposta às demandas do movimento, Lula assinou, antes do discurso, oito decretos presidenciais, voltados às trabalhadoras rurais, ao aprimoramento de políticas públicas e à retomada da reforma agrária. Veja quais são essas medidas:
- Instituído o Programa Quintais Produtivos para promover a segurança alimentar das mulheres rurais;
- Retomada da Reforma Agrária com atenção a famílias chefiadas por mulheres;
- Instituída uma Comissão de Enfrentamento à Violência no Campo;
- Criação de Grupo de Trabalho Interministerial para construir o Plano Nacional de Juventude e Sucessão Rural — que oferecerá serviços públicos para a população jovem da agricultura familiar e ampliação das oportunidades de trabalho e renda para esse público;
- Programa Nacional de Cidadania e Bem Viver para as Mulheres Rurais, com a retomada do Programa Nacional de Documentação da Trabalhadora Rural;
- Criação do Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios;
- Retomada da Política Nacional para os Trabalhadores Empregados, para fortalecer os direitos sociais desses operários;
- Retomada programa Bolsa Verde, que permite pagamento a famílias de baixa renda inseridas em áreas protegidas ambientalmente.
De acordo com acordo com a organização do evento, delegações dos 26 estados, do Distrito Federal e de outros países fizeram parte da Marcha deste ano. Ao todo, cerca de 100 mil mulheres estiveram presentes em Brasília.
Mazé Morais, secretária de Mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e coordenadora geral da Marcha das Margaridas, destacou que o atual contexto político do Brasil faz com que a esperança relacionada às pautas aumente entre as participantes.
Para Mazé, que também é representante da Marcha Mundial das Mulheres, o significado político desta Marcha de 2023 tem uma dimensão de retomada diante dos últimos quatro anos. “Ocorre logo depois de termos vivido um governo fascista e com um projeto político de morte, então, fomos às ruas ruas defender um projeto que coloca a vida no centro, essa é a nossa intenção”, ressaltou.
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